Zorrinho questiona comissários Vella e Cañete sobre impacto ambiental e energético da gestão do parque nuclear europeu.

âmbito das Comissões de Ambiente, Saúde e Segurança Alimentar (ENVI) e Indústria, Investigação e Energia (ITRE), Carlos Zorrinho questionou os Comissários responsáveis pelas pastas do Ambiente e do Clima, Vella e Cañete, respetivamente, sobre a consistência das Políticas Europeias de Ambiente e Clima, na perspetiva da gestão do parque nuclear.

A ambos os responsáveis foi dado o exemplo de Almaraz e manifestada preocupação com a circunstância desta central, a apenas 100km da fronteira com Portugal, já estar "a funcionar para além do seu prazo de referência e qualquer acidente terá impactos brutais na qualidade do ar e na contaminação da água, designadamente do Rio Tejo que cruza Portugal e abastece Lisboa".

Ambos foram questionados sobre a gestão do parque nuclear no contexto da agenda ambiental, que "constitui uma pedra de toque da credibilidade da nossa política de ambiente e clima", com o comissário Cañete a ser também instado a pronunciar-se sobre se "Se a correta imputação dos custos ambientais e de segurança do nuclear não é fundamental para tornar concorrenciais investimentos vocacionados para as energias renováveis, como por exemplo o corredor Marrocos / Península Ibérica agora em estudo?".

Nas suas intervenções, o eurodeputado lembrou que o Programa Indicativo Nuclear divulgado há algumas semanas pela CE constata que no Horizonte de 2025 os Países Europeus precisam de 253 mil milhões de euros para modernizar ou encerrar centrais nucleares tendo em conta a necessidade de cumprir a diretiva em vigor, mas o estudo só identificou 52% desse valor provisionado (cerca de 133 mil milhões), e que no caso específico de Espanha o valor provisionado, 4,3 mil milhões é apenas um terço dos quase 15 mil milhões que serão necessários.
 
 
Gabinete do eurodeputado Carlos Zorrinho
Bruxelas, 19 de abril de 2016