“Gostava de poder acreditar que a Comissão está a fazer tudo o que devia para promover a segurança das centrais nucleares no território da União, como afirma que está a proceder com a nova central de Ostrovets em construção na Bielorrússia. Em Almaraz por exemplo, não está”, afirmou Carlos Zorrinho num debate sobre a instalação de uma nova central nuclear no mesmo território onde ocorreu a catástrofe de Chernobyl há 30 anos.
Recordando que recentemente dirigiu à Comissão várias perguntas sobre a central nuclear espanhola situada junto à fronteira portuguesa, Carlos Zorrinho deu nota de que na resposta o comissário Arias Cañete o havia informado de que a Comissão aguarda a notificação da transposição das medidas da nova Diretiva Eurotom e que até lá a segurança é segundo a lei espanhola da responsabilidade exclusiva do detentor da licença.
Numa intervenção crítica para a ação da Comissão Europeia nesta matéria, o eurodeputado socialista afirmou, referindo-se ainda a Almaraz, que “numa central a funcionar para além do prazo, onde recorrentemente têm sido reportadas falhas de funcionamento, a Comissão não tem nenhuma ação proativa. Aguarda. Mas aguardar é pouco”.
“O programa indicativo Nuclear é claro. Com a nova Diretiva Euratom a UE precisa de 330 mil milhões de euros para encerrar ou modernizar as centrais nucleares que tem em funcionamento, mas só um terço dessa verba está provisionada”, referiu ainda o eurodeputado, para quem, conforme recordou, “como vimos em Chernobyl ou em Fukushima, as catástrofes nucleares são arrasadoras e não respeitam fronteiras de espaço ou de tempo. Matam milhares de pessoas e ferem irreversivelmente o planeta”.
Gabinete do eurodeputado Carlos Zorrinho
Estrasburgo, 7 de junho de 2016