Carlos Zorrinho questionou os responsáveis do Centro de Investigação da Comissão Europeia e do Conselho internacional para o Transporte Limpo sobre manipulação de emissões

A Comissão de inquérito da EMIS, criada no Parlamento Europeu após o escândalo associado às emissões dos motores dos automóveis da marca Volkswagen, realizou no dia 19 de abril a primeira sessão de interrogatório. Nesta ocasião, o Centro Comum de Investigação (CCI) da Comissão Europeia foi questionado por Carlos Zorrinho sobre o facto de não terem podido detetar os dispositivos manipuladores nos automóveis durante os testes de emissões.     
 
Durante a sua exposição inicial o CCI sublinhou não dispor de indícios para desconfiar da manipulação dos testes nem ter mandato para investigar em caso de desconfiança.
Na sua pergunta, Carlos Zorrinho manifestou-se insatisfeito com as explicações dadas, referindo-se ao facto de o CCI ter já publicado um estudo em 2013 alertando para o uso de dispositivos manipuladores. De acordo com o eurodeputado socialista, este indício deveria ter acionado um pedido de extensão do mandato por parte do CCI para investigar a manipulação dos testes de emissões. O CCI tinha razões para desconfiar de que havia manipulações, mas não quis desconfiar e por isso não ativou as diligências necessárias. "Porque é que o CCI não agiu?", esta é uma questão em aberto a cuja resposta só se chegará no decorrer das audições na Comissão de Inquérito.

Na mesma reunião, Carlos Zorrinho questionou ainda o Conselho Internacional para o Transporte Limpo (ICCT), que reportou a violação do grupo Volkswagen, sobre se os estudos disponíveis permitem circunscrever essa violação àquele grupo e à indústria europeia. Perguntou ainda se havia um padrão europeu para as medições e quais as suas características, e ainda, se na opinião do ICCT era mais provável ter ocorrido uma violação de uma construtora europeia do que de outra construtora sujeita aos mesmos regulamentos. Na sua resposta, o CCTI refugiou-se nos dados do estudo em concreto, ficando claro que as questões terão de ser retomadas em próximas sessões de forma a serem esclarecidas. 
 
Gabinete do eurodeputado Carlos Zorrinho
Bruxelas, 20 de abril de 2016